Em 2006, os planos destinaram R$ 7,1 milhões às campanhas, quase R$ 5 milhões a menos que em 2010
Brasília. Em 2010, os planos de saúde doaram R$12 milhões para campanhas eleitorais de 157 candidatos de vinte partidos. O gasto ajudou as empresas do setor a ampliar seu espaço político no Congresso e nas Assembleias Legislativas.
O apoio financeiro de 49 empresas contribuiu para aumentar de 28 para 38 o número de deputados federais da bancada da saúde suplementar. Foram eleitos também 26 deputados estaduais aliados ao setor em todo o país. Em 2006, os planos destinaram R$ 7,1 milhões às campanhas eleitorais, quase R$ 5 milhões a menos que no ano passado.
As empresas fizeram doações ainda para cinco senadores e cinco governadores eleitos. Para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), a Qualicorp Corretora de Seguros doou R$ 1milhão. Mauricio Ceschin, atual presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula e fiscaliza os planos, foi presidente do Grupo Qualicorp até fevereiro de 2009. Para José Serra (PSDB), o candidato derrotado, a mesma empresa doou R$ 500 mil.
O levantamento das doações faz parte do estudo "Representação política e interesses particulares na saúde: o caso do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas de planos de saúde no Brasil", dos pesquisadores Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), e Lígia Bahia, do Laboratório de Economia Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
No Congresso, esta bancada atua em votações específicas. É contra, por exemplo, o projeto que obriga as operadoras de planos de saúde a justificar por escrito a recusa em realizar procedimentos, exames, internações e outras condutas. Também é contra o projeto que inclui na assistência oferecida pelos planos de saúde a obrigatoriedade de ações de prevenção e de tratamento de doenças que ponham em risco o crescimento e o desenvolvimento de crianças e de adolescentes.
O deputado federal eleito que recebeu mais recursos dessas empresas foi Doutor Ubiali (PSB-SP). Foram R$ 285 mil, doados pela Federação das Unimeds de São Paulo, maior financiadora de campanhas. Ubiali é médico ligado à federação. Na Câmara, relatou (e alterou), em 2010, projeto do governo que tributava o setor.
O deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), que foi ministro da Saúde no governo Lula, aparece em segundo na lista de beneficiados. Ele recebeu R$ 270 mil da Vitallis Saúde e das Unimeds de Minas Gerais. "Ninguém gasta pouco em campanha. Enquanto não houver financiamento público, isso vai continuar", revela
Faturamento
Em 2009, o setor dos planos de saúde faturou R$ 64,2 bilhões. São 1.061 empresas, que atendem a 46 milhões de usuários. Para Lígia Bahia, as empresas tentam conquistar espaço político menos para influenciar na elaboração de leis e mais para evitar que sejam aprovadas regras que as prejudiquem. Mas chama a atenção que algumas dessas empresas apoiaram apenas candidatos do Executivo (presidente e governadores), o que sugere o interesse desse segmento por todas esferas do governo, não só o Congresso.
Em nota, a Qualicorp alegou que, nas eleições passadas, fez doações a partidos e candidatos indistintamente, nos termos da legislação brasileira vigente. A ANS, também em nota, disse que Ceschin é gastroenterologista e atua no setor de saúde suplementar há 26 anos.
Financiamento
R$ 12 Milhões foi o valor doado por planos de saúde a campanhas eleitorais de 157 candidatos de 20 partidos, em 2010. Houve apoio financeiro de 49 empresas
O apoio financeiro de 49 empresas contribuiu para aumentar de 28 para 38 o número de deputados federais da bancada da saúde suplementar. Foram eleitos também 26 deputados estaduais aliados ao setor em todo o país. Em 2006, os planos destinaram R$ 7,1 milhões às campanhas eleitorais, quase R$ 5 milhões a menos que no ano passado.
As empresas fizeram doações ainda para cinco senadores e cinco governadores eleitos. Para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), a Qualicorp Corretora de Seguros doou R$ 1milhão. Mauricio Ceschin, atual presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula e fiscaliza os planos, foi presidente do Grupo Qualicorp até fevereiro de 2009. Para José Serra (PSDB), o candidato derrotado, a mesma empresa doou R$ 500 mil.
O levantamento das doações faz parte do estudo "Representação política e interesses particulares na saúde: o caso do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas de planos de saúde no Brasil", dos pesquisadores Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), e Lígia Bahia, do Laboratório de Economia Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
No Congresso, esta bancada atua em votações específicas. É contra, por exemplo, o projeto que obriga as operadoras de planos de saúde a justificar por escrito a recusa em realizar procedimentos, exames, internações e outras condutas. Também é contra o projeto que inclui na assistência oferecida pelos planos de saúde a obrigatoriedade de ações de prevenção e de tratamento de doenças que ponham em risco o crescimento e o desenvolvimento de crianças e de adolescentes.
O deputado federal eleito que recebeu mais recursos dessas empresas foi Doutor Ubiali (PSB-SP). Foram R$ 285 mil, doados pela Federação das Unimeds de São Paulo, maior financiadora de campanhas. Ubiali é médico ligado à federação. Na Câmara, relatou (e alterou), em 2010, projeto do governo que tributava o setor.
O deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), que foi ministro da Saúde no governo Lula, aparece em segundo na lista de beneficiados. Ele recebeu R$ 270 mil da Vitallis Saúde e das Unimeds de Minas Gerais. "Ninguém gasta pouco em campanha. Enquanto não houver financiamento público, isso vai continuar", revela
Faturamento
Em 2009, o setor dos planos de saúde faturou R$ 64,2 bilhões. São 1.061 empresas, que atendem a 46 milhões de usuários. Para Lígia Bahia, as empresas tentam conquistar espaço político menos para influenciar na elaboração de leis e mais para evitar que sejam aprovadas regras que as prejudiquem. Mas chama a atenção que algumas dessas empresas apoiaram apenas candidatos do Executivo (presidente e governadores), o que sugere o interesse desse segmento por todas esferas do governo, não só o Congresso.
Em nota, a Qualicorp alegou que, nas eleições passadas, fez doações a partidos e candidatos indistintamente, nos termos da legislação brasileira vigente. A ANS, também em nota, disse que Ceschin é gastroenterologista e atua no setor de saúde suplementar há 26 anos.
Financiamento
R$ 12 Milhões foi o valor doado por planos de saúde a campanhas eleitorais de 157 candidatos de 20 partidos, em 2010. Houve apoio financeiro de 49 empresas
Um comentário:
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