O Fórum em Defesa do SUS e Contra a Privatização se reuniu com o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, e entregou uma pauta de reivindicações em defesa do fortalecimento do SUS no Estado e contra os projetos visam terceirizar a gestão pública. O encontro foi na manhã desta sexta-feira (04), na Secretaria de Saúde.
A coordenadora do Fórum, Valéria Correia, criticou a alocação de recursos públicos para entidades filantrópicas, em vez do fortalecimento da rede pública. Ela também defendeu a ampliação dos serviços básicos de saúde, que atualmente não têm atendido à demanda de usuários do Sistema único de Saúde.
O secretário Alexandre Toledo disse que entendia “a preocupação do movimento pela não mercantilização da saúde”. Ele demonstrou apoio à luta e às reivindicações, mas afirmou que não pode fazer nada para barrar o projeto de privatização dos serviços públicos em tramitação da Assembleia Legislativa. “Não sou eu quem vai retirar o projeto das Organizações Sociais da Assembleia. Essa é uma decisão de governo”, disse o secretário.
Em outro momento, Toledo defendeu a filantropia como solução aos problemas da saúde. Segundo ele, é preciso encontrar formas de contratação de pessoal e valorização do servidor sem trazer impactos para a lei de responsabilidade fiscal.
Valéria Correia rebateu afirmando que a transferência de recursos públicos para a rede privada é ainda mais onerosa ao Estado. De acordo com ela, os hospitais públicos têm toda estrutura e só precisam de investimentos.
Correia também questiona que a realização de concurso traga impactos na lei de responsabilidade fiscal. “O Estado diz que não pode realizar mais concurso para não ferir a lei de responsabilidade fiscal, mas o recurso que seria usado para contratar mais servidores é o mesmo usado para empregar terceirizados. Das duas formas o dinheiro sai dos cofres públicos. A única diferença é que a terceirização flexibiliza direitos e fortalece a privatização”, argumenta.
Fortalecer a rede básica
O vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Wellinton Monteiro, defendeu ações imediatas para solucionar os problemas que afligem a população diariamente. “O Hospital Universitário possui 96 leitos e cinco salas de cirurgias fechados, por outro lado, abriram uma maternidade na Santa Casa com dinheiro público. Isso é uma incoerência. Enquanto isso, pessoas estão no chão e corredores do HGE”, critica.
O sindicalista também mostrou preocupação quanto às permanentes filas nas unidades de saúde e às restrições na oferta de atendimento às especialidades. De acordo com ele, o Complexo Regulador da Assistência (Cora) - sistema criado para facilitar o atendimento aos usuários - tem causa muitos transtornos à população.
Estiveram presentes na reunião representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Ufal, Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato dos Médicos, Sindicato dos Odontólogos, Diretório Central dos Estudantes e Centro Acadêmico de Psicologia. Na ocasião, estudantes, profissionais da saúde e representantes de movimentos sociais, concentrados em frente à secretaria, informavam a população com a distribuição de panfletos.
Fonte: Fórum em Defesa do SUS e Contra a Privatização
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