quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Nove médicos da Santa Casa são denunciados por fraudes contra o SUS


Procedimentos de alto custo foram realizados em pacientes já falecidos

por Assessoria - MPF

Portal Santa Casa
Nove médicos da Santa Casa são denunciados por fraudes contra o SUS
O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas denunciou à Justiça Federal nove médicos por irregularidades em procedimentos de alta complexidade realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na Santa Casa de Misericórdia da Maceió. Andréa Amorim Albuquerque, André Luiz Pereira Guimarães, Marcos Davi Lemos de Melo, José Cavalcante Nunes, José Dagmar Vaz, Gilvan de Oliveira Dourado, Cid Célio Cavalcante, Estela Regina Pinto de Farias e Amilson Martins Pacheco Filho foram denunciados pelos crimes de estelionato qualificado e formação de quadrilha.
Segundo a denúncia, de autoria da procuradora da República Niedja Kaspary, as irregularidades ocorreram no período de janeiro de 2001 a março de 2002 e foram detectadas em auditoria feita pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS). No curso das investigações, foi descoberto que com o intuito de obter vantagem ilícita em benefício próprio e da Santa Casa Misericórdia de Alagoas, os denunciados emitiam Laudos Médicos para Emissão de Autorizações de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade/Custo (APAC's) e Autorizações de Internação Hospitalar (AIH's) ideologicamente falsos, que consignavam a realização de procedimentos complexos não realizados. Assim, os denunciados conseguiam induzir a erro os servidores da Secretaria Municipal de Saúde, recebendo do SUS pagamentos por serviços não prestados.
Na Auditoria realizada pelo DENASUS, na qual se fundamentou a denúncia do MPF/AL, os relatórios demonstrativos de AIH's e APAC's processadas pela Santa Casa foram confrontados com a relação nominal dos óbitos ocorridos no Estado de Alagoas durante o período auditado, sendo identificados diversos procedimentos de alto custo realizados após a morte dos pacientes a que se destinavam.
Durante as investigações feitas pela Polícia Federal, também foram analisados documentos comprobatórios de atendimentos e feitas diligências nas residências de pacientes selecionados aleatoriamente, quando foram igualmente identificados diversos procedimentos irregulares. Dentre os casos especificados no relatório de auditoria, há a cobrança indevida de tratamento clínico com radioterapia em pacientes já falecidos; a cobrança de procedimentos radioterápicos superiores ao número sessões realizadas; a cobrança indevida de atos médicos diversos realizados na mesma incisão, na mesma região anatômica e no mesmo ato anestésico para solucionar a mesma patologia; a cobrança de sessões de hemodiálise não realizadas; a cobrança procedimentos cirúrgicos realizados às custas de outros convênios ou em caráter particular; a autorização e a emissão de APAC's simultâneas para um mesmo procedimento; dentre outros.
Ao fim dos trabalhos, foram identificados, ao todo, 1.603 procedimentos irregulares, que causaram prejuízo de R$ 1.273.165,93 ao SUS. Em um dos casos identificados, foram indevidamente cobrados “140 campos no procedimento 28011023 (acelerador linear de fótons e elétrons), quando foram realizados apenas 30 campos no mês de abril de 2001”. Outro exemplo é o de um paciente em que foram cobradas 18 sessões de quimioterapia indevidas. “Nesse caso, os auditores descobriram que, além de inexistir prescrição médica para o procedimento quimioterápico, 11 das 18 sessões teriam sido realizadas após o óbito da paciente, ocorrido em 28/07/2001”, observa a procuradora da República na denúncia.


Os denunciados são acusados de fraudar mais de 1.600 procedimentos, que causaram um prejuízo de R$ 1,2 milhão ao SUS em Alagoas.

O processo está tramitando na 4ª Vara Federal, sob o nº 2006.80.00.004687-1.

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O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas denunciou à Justiça Federal nove médicos por irregularidades em procedimentos de alta complexidade realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na Santa Casa de Misericórdia da Maceió. Os denunciados são acusados de fraudar mais de 1.600 procedimentos, que causaram um prejuízo de R$ 1,2 milhão ao SUS em Alagoas.

Os acusados vão responder pelos crimes de estelionato qualificado e formação de quadrilha. Segundo a procuradora da República Niedja Kaspary, autora da denúncia, as irregularidades ocorreram no período de janeiro de 2001 a março de 2002 e foram detectadas em auditoria feita pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus).

Durante as investigações, foi descoberto que os denunciados emitiam laudos falsos com o intuito de obter vantagem ilícita em benefício próprio e da Santa Casa Misericórdia. Também foram identificados diversos procedimentos realizados após a morte dos pacientes a que se destinavam.

Os médicos não foram encontrados para falar sobre a denúncia, mas de acordo coma assessoria de imprensa da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, todos negam qualquer participação direta nas irregularidades.


comentários

ARTUR em 27/10/2009 às 18:33


INFELISMENTE EU PERGUNTO: TEM DIFERENÇA DE UM LADRÃO DESQUALIFICADO, SEM ESTUDO, SEM FORMAÇÃO? QUERENDO GANHAR AS CUSTAS DE QUEM ESTÁ MORRENDO, OU MORREU? UMA VERGONHA!...

Neto em 27/10/2009 às 17:00

Não venham me dizer que a cúpula da Santa Casa não tinha conhecimento destes fatos. A Santa Casa é a maior instituição médico-hospitalar desse Estado, só fazendo "filantropia". É mole ou querem mais ???




Fonte: http://www.cadaminuto.com.br/index.php/noticia/2009/10/27/nove-medicos-da-santa-casa-sao-denunciados-por-fraudes-contra-o-sus



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