quinta-feira, 7 de abril de 2011

Protesto marca Dia Mundial da Saúde no Centro de Maceió



Manifestantes culpam governantes pelo caos na saúde pública e denunciam projetos de privatização


Entoando palavras de ordem contra a privatização dos serviços públicos, o Dia Mundial da Saúde foi marcado por protestos e denúncias de entidades sindicais, estudantis, profissionais e usuários do SUS. Reunidas do Calçadão do Comércio, na manhã desta quinta-feira (07), dezenas de pessoas se opuseram à forma como os governos municipal, estadual e federal têm tratado a saúde e os serviços públicos.

Precarização do trabalho, baixa qualidade dos serviços e privatização dos órgãos públicos foram algumas das queixas apresentadas pelos manifestantes. “Há cinco anos o HU está com 96 leitos e cinco salas de cirurgias fechadas, enquanto isso, o governo do Estado injeta milhões de reais nos hospitais privados e, por outro lado, deixa a população desassistida e morrendo nos corredores de unidades de saúde”, assinala a coordenadora do Fórum em Defesa do SUS e Contra a Privatização de Alagoas, Valéria Correia.

Vários usuários do SUS que passavam pelo local da mobilização pararam para aderir ao movimento. A moradora do Conjunto Chã da Jaqueira, Quitéria Silva, 60 anos, reclama que desde junho de 2010 não consegue vaga para uma consulta ao cardiologista, no Pam Bebedouro. “Queria saber quem foi que inventou esse Cora. Hoje em dia ninguém mais consegue atendimento médico. Eu não estou pedindo favor. Usar o serviço público é um direito e não é de graça. Pra onde está indo o dinheiro dos nossos impostos?”, reclama a usuária.

Para estudante de medicina da Ufal, Mariana Pércia, os governos sucateiam a saúde pública propositalmente para justificar sua privatização. “Não estamos dizendo que o SUS é uma maravilha. Precisamos sim lutar por melhorias, mas não podemos esconder que os governantes e a iniciativa privada têm interesse no fim dos serviços públicos”.

Para o médico Bruno Fontan, existem recursos para melhor o sistema de saúde, mas o dinheiro está sendo desviado. “A desculpa é sempre a falta de verba, só que mais da metade do orçamento da União vai para o pagamento da dívida. O povo paga com a falta de serviços essenciais por uma dívida que não fez”, completa Fontan.

Privatizações

Os manifestantes também reivindicaram a retira do Projeto de Lei das Organizações Sociais da Assembleia Legislativa de Alagoas e denunciaram a medida provisória, editada no ano passado pelo governo federal, que cria uma empresa privada para administrar os hospitais. Segundo eles, tais projetos promovem o repasse de recursos, bens móveis e imóveis, serviços e servidores públicos para a iniciativa privada.

Fonte: Fórum em Defesa do SUS e Contra a Privatização

Nenhum comentário: