domingo, 25 de abril de 2010

Legalidade das OS será examinada

STF planeja retomar neste semestre julgamento contra a lei federal que permitiu a criação das organizações sociais

Se a lei for considerada inconstitucional, pode pôr fim às organizações sociais nos Estados em que elas já são desenvolvidas, como SP


DA REPORTAGEM L OCAL

Doze anos depois de sancionada as leis que instituem as Organizações Sociais, a controvérsia em torno da legalidade do modelo pode ter um desfecho. O STF (Supremo Tribunal Federal) planeja retomar ainda neste semestre o julgamento de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a lei federal que permitiu a criação das OS, sancionada em 1998 pelo governo Fernando Henrique Cardoso.
O teor do texto é semelhante ao da lei estadual, do mesmo ano, que ampara as OS de cultura e de saúde em São Paulo.
A Adin foi movida em 1998 pelo PT e pelo PDT contra o então presidente da República e o Congresso Nacional, com pedido de liminar para suspender a lei. Em 2007, foi negada a liminar. Mas a ação já está pronta para ter seu mérito votado. A expectativa do relator, Carlos Ayres Britto, é julgá-la ainda neste semestre. O ministro informou ter pedido prioridade à sua assessoria jurídica para análise do processo.
Questionado sobre os eventuais reflexos da decisão sobre as leis estaduais, Ayres Britto disse que a questão será analisada no próprio julgamento da Adin. Há expectativa de que, se a lei federal for considerada inconstitucional, a decisão seja seguida por tribunais inferiores, pondo fim ao modelo nos Estados em que ele já está desenvolvido, como São Paulo.
Professora titular de direito administrativo da USP, Maria Sylvia Di Pietro avalia que o modelo das OS não tem respaldo legal. "Se a Constituição impõe normas para a organização pública para proteger o dinheiro e o serviço públicos, com esse modelo você contraria o regime público da administração. Sou contra o modelo em si. Do ponto de vista jurídico não à © aceitável", afirma, e ressalva não conhecer a situação específica das OS da cultura em SP.
"Não sou a favor de deixar a legalidade de lado em nome da eficiência. Tem que buscar a eficiência dentro da legalidade. Além do que, administração particular não é garantia de eficiência. Muitas faculdades privadas foram fechadas por falta de eficiência", completou a professora. Outro crítico do modelo é o promotor Sílvio Marques, que investiga irregularidades envolvendo duas OS (Associação de Amigos do MIS e Associação de Amigos do Mube). O Ministério Público aponta desvio de verba e uso de notas frias por gestões passadas das entidades, cujos contratos já foram rompidos pela Secretaria de Cultura, e conseguiu na Justiça a quebra do sigilo bancário dos gestores. Não houve denúncia até o momento.
Quanto à lei, Marques critica especialmente a dispensa de licitação. "Não há motivo algum para dispensar licitação. A administração fica li vre para escolher. Está havendo uma sangria de dinheiro público, porque essas OS cometem irregularidades e o acompanhamento, na maioria dos casos, é falho. O TCE [Tribunal de Contas do Estado, a quem cabe a fiscalização externa] não tem condições de verificar todos os contratos e todos os atos de todas as OS. Fazem por amostragem, e aí passa muita coisa", diz.
(FABIO VICTOR)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0904201008.htm

Um comentário:

Unknown disse...

DE PARABÉNS ESTA O SR GOVERNADOR DO ESTADO DE ALAGOAS QUE,POR LEI NÃO PODE IMPEDIR AS ABUSIVAS E CONSTANTES GREVES POLITICAS,CUJAS PREJUDICAM,TÃO SOMENTE O CIDADÃO QUE PAGA SEUS IMPOSTOS COM OS QUAIS SÃO PAGOS OS SALARIOS DOS GREVISTAS DE CARTEIRINHAS.ENTENDO QUE SE O FUNCIONÁRIO ACHA QUE O SEU SALÁRIO ESTÁ POUCO,PEÇA DEMISSÃO E VÁ TRABALHAR NO CÓRTE DE CANAS PRO J.LYRA QUE,PROVAVELMENTE,IRÁ GANHAR MUITO MAIS.QUANDO SE PRESTA EXAME PARA O SRVIÇO PÚBLICO,SABE-SE EXATAMENTE O SALÁRIO QUE SE VAI GANHAR.É MUITO BOM TER-MOS UNS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS QUE POSSAM TRABALHAR ATENDENDO O POVO,ENQUANTO OS 'SANGUE-SUGAS' FAZEM SUAS GRÉVES IRRESPONSÁVEIS.PARABÉNS GOVERNADOR...